Casa Saudável

 Casa Saudável é a concepção da habitação como um agente da saúde de seus moradores (OMS-OPAS).

É o enfoque positivo da Biologia da Construção, também conhecida como Geobiologia. Nos preocupamos em olhar a casa como fonte de saúde e não de doenças. Passamos a ver nossa habitação como uma terceira pele, das cinco que temos. Nossa primeira pele é a orgânica, que cobre nosso corpo, a segunda são as nossas vestimentas, que devem ser tão seletivamente permeáveis quanto a primeira. A terceira pele é a nossa casa; a quarta, nossa cidade, vila, lugarejo ou casa no campo; e a quinta e mais abrangente a nossa Terra, casa em que todos habitamos.

Todas estas cinco peles ou organismos devem trabalhar em conjunto e são partes de um único organismo.

Utilizando-nos de uma metáfora podemos descrever esta terceira pele em relação ao nosso próprio corpo, da seguinte maneira:

Toda construção é um ser vivo composto de uma anatomia e uma fisiologia particular, que conferem, em sua conjunção, uma característica saudável ou não ao ambiente. Paredes, solo, telhado, vigas de sustentação, janelas e portas podem ser vistos como estruturas semelhantes à pele, aos pés, à cabeça, aos ossos, músculos, poros e orifícios do corpo humano.

As vigas de sustentação seriam os ossos da casa; as paredes, seus músculos, fazendo a conexão entre um osso e outro. A maneira como é feita esta conexão é papel dos tendões, pois conferem maior ou menor elasticidade e possibilidades ao ambiente. O revestimento das paredes, os acabamentos e tintas podem ser vistos como a pele da casa, daí a necessidade de encontrarmos materiais saudáveis, que possam promover a respiração cutânea desse imenso organismo que habitamos e chamamos de lar. Como todos sabem, se taparmos todos os poros de nosso corpo, morreremos rapidamente asfixiados, embora continuemos a respirar pelos pulmões. Também pela pele eliminamos grande parte de nossas toxinas. É recorrente o descaso existente com relação a este assunto entre os engenheiros e arquitetos que, normalmente, apenas buscam uma função plástica para as paredes e revestimentos, esquecendo-se de sua função fisiológica – muitas vezes desconhecida para o bem-estar do lar.

O solo e o teto da casa também são fundamentais, pois estabelecem a conexão Céu-Terra. O teto é o ponto de contato com o Céu, há tanto esquecido e continuamente ocultado pelas luzes urbanas. O piso é o ponto de contato com a Terra. Desse modo, é interessante pensar no chão como algo que conecte ou reconecte os habitantes da casa à Terra, em vez de isolá-los ainda mais do planeta, como se ele fosse sujo e impuro. Nas cidades grandes, vemos crianças impedidas, por toda a infância, de tocar o solo, por causa de sapatos sempre presentes, casas extremamente desinfetadas, com pisos isolantes e materiais de limpeza cada vez mais potentes. Há um distanciamento dos parques e locais onde se pode ter um contato mais direto com a Terra. Não nos surpreende o fato de que esta geração de crianças seja portadora de tantas alergias e doenças crônicas, já que não tiveram a oportunidade de desenvolver seu sistema imunológico.

As janelas e as portas são as vias de entrada e saída de energia. As portas corresponderiam à boca e ao ânus, enquanto as janelas aos ouvidos, nariz e olhos. É, portanto, fundamental que exista uma via expressa de entrada de energia na casa. Habitações com diversas portas tendem a ter uma energia muito dispersa e indecisa, sem a coesão necessária e definição precisa do objetivo e do fluxo daquele ambiente. Assim, podemos encontrar muitas casas com conceitos modernos de arquitetura que, ao longo de um ou dois anos, trazem uma incoerência mental tão grande aos seus moradores que estes, via de regra, perdem a capacidade de definir e decidir os rumos de suas vidas. Este tipo de padrão é muito comum e voltaremos a falar dele no capítulo referente à arquitetura.

As falhas geológicas, os veios de água subterrâneos e as linhas eletromagnéticas compõem o complexo circulatório, o linfático e o sistema de meridianos, respectivamente. Existe um intercâmbio muito grande entre as águas e as falhas, podendo uma assumir a função da outra. Da mesma forma, outra conexão bastante precisa se estabelece entre estas duas e as linhas do campo de força da Terra, que também assumem a função total de circulação de energia da edificação na ausência das primeiras. Estas estruturas precisam, portanto, estar adequadamente situadas e o fluxo de energia, água e nutrientes devidamente equilibrados, para que a casa receba uma correta medida de forças e tensões, criando, assim, um ambiente saudável. O bloqueio destas e outras funções ocasiona distúrbios ambientais que se refletirão nos seres vivos que habitam o local.

Os órgãos da casa são estabelecidos de acordo com a distribuição e a ocupação dos cômodos pelos seus respectivos moradores, além, é claro, da função que estes exercem para o conjunto. A cozinha, analogicamente, é a parte digestiva; os banheiros se relacionam à função excretora; o quarto principal é identificado com a função sexual, na dimensão física, e com a cardíaca, na emocional. Estes são exemplos de atribuições metafóricas das funções orgânicas de cada cômodo da casa, o que, especificamente, é algo que ainda está em estudo e merecerá destaque especial no futuro. Este tema, no entanto, não é o foco de nosso atual trabalho.

Em seguida, para entender melhor a visão geobiológica, é necessário inserir este organismo em seu habitat, observar os arredores e suas condições e verificar o grau de harmonia e troca existente entre um e outro.

Por fim, e aqui reside o principal objetivo da Geobiologia, é analisada a relação existente entre os seres vivos e o local onde os mesmos habitam. Acreditamos que esta relação é tão importante quanto a que se estabelece entre os seres e sua alimentação, ou seja,  um lugar pode fornecer energia biológica de qualidade aos seus moradores, criando, assim, condições favoráveis para que a vida se expresse da forma mais natural e evolutiva possível. Da mesma forma, um ambiente pode ser o responsável pela desnutrição energética dos que nele vivem, caso esteja em desarmonia. Em ambos os casos a prática geobiológica será instrumento potencializador do equilíbrio e da cura do ambiente.

 

  

 

 

Fatores de Risco

 De uma forma didática e sistemática podemos enumerar os fatores de risco, ou de interesse, sob os seguintes tópicos:

    2.1 Qualidade Interna do Ar
    2.2 Umidade
    2.3 Temperatura
    2.4 Som
    2.5 Iluminação
    2.6 Radioatividade
    2.7 Eletromagnetismo e saúde
    2.8 Proporções harmônicas
    2.9 Ergonomia
    2.10 Materiais de construção
    2.11 Perturbações geobiológicas

 

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