sua casa é saudável?

Jornal Estado de Minas - Belo Horizonte - 11 de novembro de 2010

 

Caderno: Imóveis

Por Celina Aquino

 

Chamada: As condições de um espaço podem interferir diretamente na nossa vida e gerar mas ou menos vitalidade.

Legenda da foto: O Geobiólogo Allan Lopes, compara o ambiente em que estamos ao alimento, que deve suprir as necessidades do corpo.

 

Cuidar da saúde não deve se resumir à busca por uma alimentacao balanceada, prática de exercicios fisicos e visita regular ao médico. Alcançar o bem estar no ambiente em que moramos ou trabalhamos também traz benefícios ao corpo e pode até ajudar a prevenir doenças. Às vezes, uma dor de cabeça insistente está relacionada ao esforço que se faz para passar o dia em um escritório barulhento ou sem iluminação natural. Outro exemplo: tem gente que só vai descobrir a solução para a insônia depois que ler a matéria e tirar televisão rádio, DVD e frigobar do quarto.

Quem se interessou pelo assunto precisa conhecer a geobiologia, ciência que nasceu na Alemanha por volta de 1930, mas ainda é pouco estudada no Brasil. Os especialistas acreditam que as condições de um espaço interferem diretamente na nossa saúde e, por isso, podem gerar mais ou menos vitalidade. O geobiólogo Allan Lopes compara o ambiente em que estamos ao alimento. “Um lugar quem só tem teto e parede não é saudável. Você pdoe estar protegido do vento, da chuva, mas ele não nutre você ao longo do tempo. É igual fast-food. A comida vai satisfazer-lhe naquele momento, mas não vai suprir suas necessidades químicas, físicas, psicológicas, energéticas e emocionais”, esclarece.

A biologia das construções como é chamada a ciência, classifica um ambiente mais ou menos saudável depois de analisar cinco itens principais: qualidade do ar, iluminação, ruidos, decoração e campos eletromagnéticos. Nas residências deve-se dar atenção especial aos quartos. “O quarto era para ser templo de regeneração, só que hoje em dia é fractal da casa. Lá dentro tem televisão, computador, escritório, biblioteca, frigobar, banheiro. O ideal é que só tivesse uma cama e pronto”, afirma Lopes. Os eletrônicos interferem na qualidade so sono e prejudicam, em especial, aqueles que sofrem com insônia. Em muitos casos é preciso eliminar até o despertador. “Rádio-relógio na cabeceira gera um campo eletromagnético que às vezes perturba o sono, dá dor de cabeça, tenciona, provoca torcicolo. A solução mais simples é afastá-lo da cama.”

Um ambiente pouco saudável pode levar à síndrome do edifício enfermo, muito comum em escritórios. A doença da construção é diagnosticada quando mais da metade das pessoas que habitam ou trabalham no espaço se queixam de sintomas variados -alergia, dor de cabeça, tosse e irritação-, que desaparecem assim que elas deixam o lugar. Isso ocorre porque o organismo gasta energia em excesso para suportar as adversidades e fica debilitado. “Se você gasta 10% de energia para bloquear um som, 5% para bloquear um campo eletromagnético, 15% ara suprir a falta de luz natural, 5% para lidar com as toxinas que está respirando, vai sobrar quanto para fazer as coisa que você realmente precisa?”, alerta o geobiólogo.

  

Dicas

Como adaptar seu imóvel à geobiologia

 

  • Na hora de decorar opte pelo equilíbrio de várias cores. Ambientes monocromáticos podem prejudicar a criatividade e a disposição dos habitantes.
  • Para melhorar a qualidade do ar, uam alternativa é espalhar plantas pelo ambiente. Outra dica é deixar as janelas abertas sempre que possível, para haver circulação  do ar.
  • Quanto maior a incidência de luz natural no ambiente, mais saudável ele será. Nós precisamos do contato com os raios de sol para ter mais vitalidade.
  • Evite colocar aparelhos eletrônicos nos quartos. Os campos eletromagnéticos que eles geram perturbam o sono.
  • Ruídos nunca são bem vindos. Uma pessoa gasta muita energia para conseguir morar ou trabalhar em um ambiente barulhento.